terça-feira, 9 de março de 2010

Era o que eu temia. Usam meus argumentos contra mim.

-Como é que é? – Me ouço perguntar baixinho e olho para os lados. A praga vinha do meu quarto. Os pais dele não estavam em lugar nenhum. Havia malas na sala. – Mas...

-Seus tios vão viajar com seu pai essa tarde. – Minha mãe falou. – Foram comprar as passagens.

-Mas... Mas... – Eu tentava encontrar um argumento. – Ele é maior de idade! Ele já pode ficar sozinho em casa.

-Sim, mas ele não sabe cozinhar nem fazer qualquer outro serviço doméstico. E ele precisa ir à faculdade, não pode viajar com os pais. Sabia que vocês estudam no mesmo local?

Só agora que ela vem me falar isso. Como aquela criatura volta para a cidade e freqüenta a mesma faculdade que eu e eu sou a última a saber?

-Então como vai ser? – Me dou por vencida. – Ele vai ficar aonde?

-No seu quarto, é óbvio.

Gelei. Era o que eu temia.

-E eu vou pra onde? – Gemi. Nem me passou a cabeça o que ela diria a seguir.

-Você vai dividir o quarto com ele Morgana. – minha mãe ainda está com aquela expressão de ‘é óbvio’. – Você tem uma bicama.

Wow. Lembro de quando a convenci a comprá-la pra mim. Eu disse que era melhor para quando minhas amigas fossem dormir lá em c asa. Não pensei que isso contasse para ‘amigos’ também. Mas parece que ser primo te dá credito extra nesse quesito. Não que eu fosse me agarrar com ele no meio da noite, é claro.

Dei um giro para encará-lo. Ele parecia muito divertido com tudo aquilo. Volto para o meu quarto e sento na cama, puxando o livro que eu deveria ter lido.

-E então? – Ele pergunta. – Onde vamos mais tarde?

-Tô estudando. Fica quieto.

-O livro tá de cabeça para baixo. Inventa outra.

Suspiro e viro os olhos. Mostro o livro para ele. Havia imagens que – ao serem invertidas – transformavam-s e em outras.

-Posso continuar agora? – Pergunto.

-Claro. – Um minuto de silêncio, até que: - isso parece muito com Dan Brown.

Fecho o livro com um estrondo e o olho com meu olhar de morte número três. Essa criatura era suicida? Volto para o meu computador. Preciso atirar em alguém – pelos menos ter essa sensação ilusória.

-Quero jogar também. – Ele fala.

Suspiro mais uma vez e concedo-lhe os controles, contando silenciosamente de um até dez:

Um... Eu vou matar ele.

Dois... ... Eu vou matar ele.

Três... Eu vou matar ele.

Quatro... Eu vou matar ele.

Cinco... Eu vou matar ele.

Seis... Eu vou matar ele.

Sete... Eu vou matar ele.

Oito... Eu vou matar ele.

Nove... Eu vou matar ele.

Dez... Eu vou –realmente – matar ele.

Momento Oração:


Sério, tem horas que eu desejo saber, senhor, o que há de tão ruim no meu carma que o impeça de me ajudar. Custa lembrar-se de mim? Só uma vezinha, pra variar!


Ok, eu sei que o senhor já fez um bocado por mim, mas é que dessa vez o Senhor pegou pesado, Deusinho amado. Por favor, me ajude a tirar esses encosto do meu quarto. Hoje é apenas segunda feira. Como eu vou fazer pra conviver uma semana inteira com ele?!


Espero que o Senhor tenha me escutado. De verdade. Seria meu presente de natal adiantado. Eu ficaria imensamente feliz. Beijão.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Claro que essas coisas só acontecem comigo


É engraçado meu jeito de agir. Quanto mais tempo eu tenho, menos coisas eu faço. Tive o feriadão todinho para ler um livro pra aula de sexta e nem peguei no livro. Fiquei na Net, fazendo nada, só me preocupado com as minhas mentiras. Meu Deus, por que eu minto tanto? E de graça? Te algo errado comigo, só pode. Meu amigo não desiste de mim, mesmo eu tendo falado que estou com outro. Não adiantou de nada mentir. Lindo isso. Tanta dor de cabeça pra neca. Vou ter que terminar com meu namorado imaginário. Droga, só porque eu gostava dele!

Bem, advinha o que aconteceu ontem? Ele foi à minha casa. O cara da faculdade. Eu quase infarto. ‘O que ele está fazendo aqui, pelo amor de todos os Santos?’ Me perguntei na hora. Ele entrou junto com meus tios, uns dos que moram em outra cidade. Eu simplesmente olhei e levantei a sobrancelha. Cumprimentei meus tios. Inclinei a cabeça em um cumprimento para ele; ele retribuiu.

Minha tia olhou para ele:

-Carlos Eduardo, cumprimente sua prima direito.

Cadu? ‘O’ Cadu que brincava comigo na praia? O primo que eu tinha perdido contato há, sei lá, uns dez anos atrás?! Tão de brincadeira comigo. E, pela cara dele, eu diria que também estavam de brincadeira com ele. Só podia ser mentira.

Ele murmurou um “oi” que eu respondi. Deixei-os com meus pais e fui para o meu quarto. Sentei em frente ao computador. Fazia cada vez mais sentido quando parei para pensar encarando a tela escura. Ele – bem lá no fundo – parecia com o menino que brincava de bola comigo. Com certeza a mentalidade continuava a mesma.

Os olhos cor de mel, quase idênticos aos meus, o cabelo pretinho meio bagunçado... E de repente ele estava na com o ombro encostado na porta do meu quarto, olhando zombeiro para mim, que ainda encarava a tela escura.

-O que você quer aqui? – Perguntei baixinho, lançando para ele meu olhar espero-que-tenha-uma-boa-resposta-ou-vai-levar-porrada.

-Seus pais me mandaram para cá. Disseram que você estava jogando e que eu podia aproveitar para conversar com você, já que antes jogávamos tanto juntos. Muito interessante seu jogo. – Ele apontou para a tela negra.

Revirei meus olhos e apertei Enter e a tela ligou, mostrando a batalha pausada em Warcraft III. Ele sentou na minha cama sem convite.

-Você não mudou nadinha quando paro pra tentar juntar o que eu lembro com o que eu vejo. – Ele falou, olhando meu exército matar os ogros.

-A recíproca é verdadeira. – Retruquei sem tirar os olhos da batalha. – Até mesmo sua mentalidade é a mesma.

Ele apertou o pause, o que me obrigou a olhar para ele. Onde e com quem ele pensava que estava?

-Eu sou a visita aqui. Me dê atenção. – Ele respondeu ao meu olhar irado.

-Atenção é o que você menos precisa. – Afirmei. – E meu jogo é mais importante.

-Depende do ponto de vista. Suspiro e volto a olhar para a tela pausada. reinicio o jogo.

Ouvi ele suspirar e depois uma dor na minha nuca. ‘Eu não acredito que ele puxou meu cabelo.’ Me virei pronta para socá-lo. Minha convivência com o Tarso me ensinou uma ou duas coisas sobre brigas.

Uma delas era que eu nunca fui boa em controlar impulsos violentos – como se eu já não soubesse – e outra era que a minha direita podia até fazer estrago se levarmos em conta o tamanho do meu oponente.

Cadu era facilmente uns quinze centímetros mais alto que eu. Provavelmente ia doer. Em mim e nele. Mas não doeu. Pelo menos não nele. Meu pulso foi seguro com força e ambos acabamos caindo em silêncio no colchão macio – eu por cima dele – típico de acontecer comigo.

Me levantei rápida. Meu celular tocou e vi o nome de Tarso brilhando na tela. Suspirei e atendi:

-Hey.

-Onde você ‘tá? – Ele perguntou.

-Em casa, onde mais?

-Vamos sair mais tarde. Pizza.

-Claro, por que não? Num ‘tô fazendo nada mesmo.

Cadu me olhou maligno. Eu só queria saber o que ele estava pensando. Ah, foda-se ele. Eu iria apenas ignorá-lo daquele momento em diante.

-As sete, no local de sempre? – Tarso perguntou do outro lado da linha enquanto eu retribuía o olhar maligno dele.

-Claro. ‘Té mais. – E desliguei.

Meu primo continuou calado.

Ouvi um barulho vindo do computador e me virei. Minha aldeia estava destruída! Eu me esqueci de dar pause quando avancei para cima dele. Lá se vão quinze horas de trabalho duro! Creio que minha cara deva ter sido trágica, porque ele caiu na gargalhada. Eu o encarei. Ele parou de repente quando viu meu olhar. Com muita dignidade, me virei, baixei a tela do notebook e sai do quarto. Era bom que o almoço estivesse pronto. Quanto mais cedo ele saísse da minha casa, melhor. Olhei para a minha mãe:

-Vou sair com o Tarso mais tarde, ok?

-Ótimo, aproveite e leve o Duda com você. Ele vai ter que ficar aqui até o fim da semana. Não quero que ele fique entediado.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Querido Diário

Gente, cada dia que passa eu fico mais surpresa com as coisas loucas que acontecem na minha vida. Minha sorte tá tirando férias, só pode!
Primeiro aquele cara chato na aula, depois perdi o emprego no sábado - tudo bem que eu não preciso trabalhar, mas gostava - e, pra completar, nesse domingo de carnaval um amigo meu - que eu vejo, sei lá, tipo, duas vezes no mês - veio se declarar!

Como a gente dispensa um amigo???

Foi ai que a 'gênio' aqui teve A idéia: finge que tem outro!!!

Sério. Um minuto de silêncio para minha burrice. Porque eu sei onde isso vai dar. O pior é que eu 'inventei' um 'namorado' que existe, só não namora comigo... Pra falar a verdade, é meu primo, mora na cidade - quase - vizinha, mas...

Quer dizer, eu não posso simplesmente dizer: 'Não quero ficar nunca com você por que acho que consigo melhor.' ou 'Eu não quero que você saiba que eu prefiro ficar sozinha do que com você' Quer dizer... Meio que não dá né?

Ai ele meio que tipo:
-O que você viu nele???

Gentes, como responde uma coisa dessas sem parecer superficial?

"- Eu vi nele uma oportunidade de te dar o fora sem magoar??? Eu vi nele os olhos castanhos, cabelo preto e corpinho de surfista? Eu vi nele... sei lá, tudo o que você não tem??"

Deuses e deusas, me ajudem porque agora eu vou escrever um post dedicado a ambos

Até mais
XOXO

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Começou...


Tudo começou nessa última segunda, juntamente com minhas aulas.

Estava eu colocando meu jeans mais amado de todos os tempos e o mais novinho do meu guarda-roupa, olhando as últimas atualizações dos meus amigos e dos que pensam que são meus amigos, quando uma das minhas garras – vulgo unhas – quebra. Droga! Eu odeio quando isso acontece! Quando elas chegam ao tamanho mais bonito para pintar simplesmente quebram quando fazem contato de maneira errada em algo – da última vez que isso aconteceu um idiota bateu o nove com muita força enquanto estávamos jogando UNO.

Tudo bem. Parei o que estava fazendo e – com minha calça desabotoada e só de sutiã no quarto que divido com minha irmã caçula – cortei e serrei minhas amadas unhas até ficarem iguaiszinhas. Eram cinco da tarde, minha primeira aula seria somente às sete da noite, mas eu queria estar perfeita! Me culpe pela minha vaidade – um dos meus sete pecados mortais – mas quem não é vaidoso? Todos nós o somos a nossa maneira, dentro do nosso estilo; dentro da nossa cabecinha, simplesmente adoramos quando somos alvos de comentários – principalmente quando esses mostram a inveja que sentem da gente!

Soltei meus cachos e domei minha franja recém-diminuida-em-casa-porque-eu-estava-com-preguiça-de-ir-no-salão com a prancha que não usava há décadas, fiz aquelas duas linhas pretas perfeitas ao redor do meu olho castanho e aumente em dez vezes os meus cílios com aquele rímel novo que custou mais do que eu podia pagar mas paguei porque estava em promoção. Coloquei minha blusa da farda – não é obrigatória, mas eu simplesmente amo ela e quem não quer mostrar que está na Faculdade? – e calcei meus Converses vermelhos. – É, AllStar. Me processe por amá-los. – passei meu perfume favorito que me traz sorte –Kaiak masculino – e fui encontrar com meus amigos.

Se você faz faculdade, deve saber como é a troca de períodos, onde alguns dos seus amigos ainda fazem as mesmas cadeiras que você, outros não, tem sempre muita gente nova e, o melhor de tudo, é que você faz o que você ama – ou não – mas só faz quando quer.

Como sempre, eu fui a primeira a chegar. Descobri onde era a sala nova, quais as aulas que os veteranos julgavam mais legais... Fui dar uma olhada nos bichos recém-chegados que estavam tendo aquela palestra chata que todos nós tivemos no primeiro dia de aula no primeiro semestre...

E também, como sempre, eu estava ouvindo meus fones no último volume, perigando ficar surda, quando aquele retardado quase passa de moto em cima de mim – alôôô? Aqui é a preferência é do pedestre seu sem-noção!

Fuzilei-o com os olhos até que notei qual a blusa que ele vestia. OOOpss, um semestre a mais do que eu, no mesmo curso. Isso só me fez odiá-lo ainda mais por me lembrar que eu não passei de primeira no vestibular.

Ele riu da minha cara de ódio e me deixou passar. Nem mesmo me dignei a olhá-lo quando atravessei a via e voltei para minha ala, onde meus amigos já estavam.

As conversas de sempre rolaram, a maioria das pessoas que estudaram comigo semestre passado estavam de volta – graças a Deus menos ‘novatos’ chatos – fora dois: um que adiantara um semestre e outro que passara na Federal, apesar de já cursar uma estadual.

Como sempre, puxei meu melhor-amigo-que-vive-atrasado para perto de mim e nos sentamos nas últimas carteiras – aquelas que sempre ficam perto das portas e são uma maravilha na hora de matar aula – e eu falei para ele do meu quase-atropelamento.

Como o esperado do Tarso, ele riu da minha cara e me chamou de emo lesada.

-Eu não sou emo. –Resmunguei mais uma vez. – Já perdi a conta do quanto te disse!

-Você não é emo tal qual o céu não é azul com nuvens brancas.

Revirei os olhos. Aquela discussão estava pedida antes mesmo de começar. Eu não sou emo. Eu gosto de AllStar, eu gosto de listras, gosto de calças Skinny, mas desde quando isso é ser emo? Eu gosto da Madonna, dos Jonas Brothers, da Avril e do Linkin Park. Gosto do Michael Jackson, curto rosa e amo princesas. Não ando demonstrando minhas emoções por ai. Não sou bi. Amo meu salto alto e meus vestidos. Sim, gosto dos emos; acho que quando a pessoa é emo de verdade ela fica super-bem – para falar a verdade, qualquer pessoa que sabe o que é e o que quer sempre está bem – mas não me acho emo.

Assim como não me acho nem roqueira, nem patricinha nem gótica. Cada um tem seu dia, mas por que as pessoas teimam em ser só um? Tipo, a pessoa não é sempre de um jeito só, ela muda, e por isso é tão difícil a convivência.

Bem, voltando ao assunto...

Revirei meus olhos. O professor estava atrasado – mas quando ele não está? – e a sala ainda estava meio vazia quando eu o vi. O mesmo par zombeiro de olhos castanhos que me olhara pelo capacete me encarava de outra carteira. Será que era demais pedir para que eu nunca mais o visse? Sei lá quantos mil alunos têm nessa universidade, por que eu tinha que estudar junto com ele? Por que eu tinha que ver ele de novo? Que saco, nem o conheço mas já o odeio.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

First Post - 30 coisas pra fazer antes dos 30

Bonequinhos e bonequinhas que estão perdendo tempo por aqui - ou não - esta é a primeira postagem do blog \o/

Momento dancinha da felicidade

Pois é. Bem...
O que você já fez?



1 Ficar absurdamente bebado pelo menos 1 vez na vida
2 Encontrar alguém da Net
3 Agarrar um amor platônico
4 Se apaixonar a primeira vista
5 Roubar o namorado de alguém
6 Roubar chocolate nas lojas Americanas
7 Ir p/ balada d ônibus
8 Subir num palco e dançar igual louco
9 Transar num lugar publico
10 Fingir ser estrangeiro e falar um idioma que ñ existe
11 Pintar o cabelo de uma cor absurda
12 Fazer uma Tatoo
13 ter o melhor sexo da sua vida com um idiota
14 Ir a um show d rock e ficar gritando: 'CANTA PAGODE'
15 Voltar da balada e dormir com a roupa que saiu
16 Se jogar na piscina de roupa
17 Fugir de casa p/ sempre e voltar no outro dia
18 Ir numa boate gay
19 Passar uma semana a base de sorvete e chocolate
20 Tomar banho de praia a noite
21 Ter um peixe e conversar com ele
22 Encontrar um ídolo
23 Sacanear um desconhecido
24 Chorar vendo um desenho
25 Compor uma música
26 Viajar sozinho
27 Chorar d tanto rir
28 Jogar uma bomba no vizinho
29 Encontrar um amor
30 dizer EU TE AMO